Um Diário de Recordações

Quando eu estava no segundo ano, o antigo Externato Camargo Silveira, foi comprado pela D. Leonor e seu marido Sr. Coreolano. Virou Instituto Educacional "João de Barro". Era um sobrado, com algumas salas e um páteo no meio. Descendo uma escadinha, havia uma pequena quadra e mais duas salas. Toda semana, entrávamos em formação, asteávamos a bandeira do Brasil e cantávamos o Hino Nacional. Já na sala de aula, alguém passava recolhendo as carteirinhas de presença. Era o monitor da classe, que levava para a secretaria. Ficávamos em pé quando a diretora, D. Leonor, entrava na sala.  Ela era muiiito brava! Até a quarta série, sempre no fim do ano, os melhores alunos eram premiados com a medalha de honra ao mérito. E isso causou muita polêmica. Ganhavam medalhas o primeiro, segundo e terceiro colocados de cada série. Eu e meu irmão éramos sempre os primeiros!!! Isso mesmo! (Totalmente CDFs!!!) Minha mãe ficava toda orgulhosa quando a diretora anunci...

Havia um tal Tio João que era o dono da escola. A filha dele foi minha professora no primeiro semestre da primeira série. Tive sérios problemas! Como não parava sentada na minha cadeira, ela me colocou colada na parede, com um gorducho do meu lado. E ainda recomendou: - Não deixe essa menina levantar daí! A carteira era de madeira...sentávamos lado a lado...em pares... Não tinha jeito! Eu só conseguia sair do lugar passando por baixo das pernas do gorducho! Essa situação durou uns seis meses... A minha mãe me salvou! Como havia outra primeira série, pedimos transferência e me livrei pra sempre do gorducho! Externato Camargo Silveira - 1a série Bjs

Morava na vila da Av. Ceci. Minha escola ficava a uns quatro quarteirões dali. Era a minha primeira escola: Jardim da infância! As salas tinham aquelas mesinhas quadradas, com quatro cadeirinhas. Entrávamos em fila, os menores na frente, os maiores atrás... Esticávamos o bracinho para dar distância. Eu achava ruim... Era alta e sempre ficava por último! De cara já elegi a minha melhor amiga: Não me recordo o nome dela, mas sei que não saía do seu lado. A escola parecia enorme! Usávamos aquele vestidinho xadrez, azul e branco, parecendo um aventalzinho. No meio da tarde fazíamos uma cesta. Nâo sei como... mas lembro de uma música que cantamos no dia das mães... Ficamos com a mãozinha nas costas, segurando uma rosa... Ao término da musica, mostrávamos a rosa... oferecendo para a mamãe... (que louco eu lembrar disso!!!): "...um botão de rosa lindo e perfumado para a mamãezinha que é mais linda que uma flor..." Um dia mudamos da Av. Ceci e eu mudei de escola...

Era uma casa pequenininha, germinada com outras 6 casas. (Aliás... muito parecida com a casa que a minha amiga Ana mora). Dois quartos e um banheiro na parte superior. Uma salinha, cozinha na parte inferior. Um minúsculo quintal e uma edícula. Éramos pequenos e eu e meus irmãos dormíamos no mesmo quarto. Quando dava seis horas da tarde minha mãe colocava todo mundo na cama. Ouvia nossos protestos: - Tá todo mundo brincando na vila! Dormíamos. Não tinha argumento que a fizesse mudar de idéia! Havia muitas crianças na vila. Quase todas da mesma idade. Brincávamos de amarelinha, corre-cotia, pega-pega, bola, bicicleta... No verão arrancávamos o piche que ficava no cimentão e fazíamos bolinha de gude. Eu... que sempre adorei cebola, comia a infeliz e saia correndo atrás dos meninos, dando baforadas, só para perturbar. Meu irmão rachou a cabeça... ou melhor... quase teve a orelha decepada numa bicicleta! Aliás... ele vivia se acidentando... Minha mãe o levou pra benzer ...